A China está na vanguarda da inteligência artificial (IA) e dos modelos de linguagem (LLM), que são sistemas capazes de gerar textos, imagens, áudios e outros conteúdos a partir de dados e instruções. Segundo o CEO da Baidu, Robin Li, o país já lançou mais de 70 LLMs de IA, sendo a Baidu a mais nova empresa a entrar para essa lista com o seu chatbot Ernie 3.5.
O chatbot da Baidu é o primeiro do país a ser liberado ao público, após receber a aprovação do governo chinês, que está regulando o uso e a segurança dos LLMs de IA. Além da Baidu, outras quatro empresas também foram autorizadas a lançar seus produtos de IA no mercado: SenseChat, Baichuan Intelligent Technology, Zhipu AI e MiniMax.
A corrida por produtos de consumo de IA na China foi iniciada pela chegada do ChatGPT, da OpenAI, e seus modelos chamados GPT (principalmente 3.5 e 4), que tem 175 bilhões de parâmetros na 3.5 ? na GPT4 o número de parâmetros é indeterminado ?, e pode gerar textos em vários idiomas e estilos. No entanto, o ChatGPT não é liberado na China, o que impulsionou o país a produzir sua própria tecnologia2.
A disputa entre as empresas chinesas é acirrada, pois todas querem oferecer os melhores serviços e recursos de IA para os consumidores e as indústrias. A Alibaba, por exemplo, pode já ter recebido a aprovação para o seu modelo de IA, Tongyi Qianwen, que tem 190 bilhões de parâmetros e pode gerar textos em chinês simplificado e tradicional.
O chatbot de IA da Baidu, Ernie 3.5, tem 3 bilhões de parâmetros e usa uma arquitetura chamada ERNIE-M (Enhanced Representation through kNowledge IntEgration with Memory), que permite ao sistema armazenar e acessar informações externas para melhorar a geração de conteúdo. Segundo a Baidu, o Ernie 3.5 tem uma velocidade de processamento duas vezes maior que a versão anterior e uma eficiência 50% melhorada. A empresa também anunciou que lançará em breve uma nova versão do chatbot, com 10 bilhões de parâmetros.
A aprovação regulatória dos LLMs de IA na China é um passo importante para o desenvolvimento e a inovação do setor no país, que pretende vencer a corrida da IA, não importa os riscos. A China escolheu a opção de passar pela bifurcação civilizacional e pretende criar um agente inteligente capaz de superar os humanos em todas as tarefas3. No entanto, ainda não foi divulgada uma relação com todas as empresas que já receberam aprovação regulatória, nem os critérios usados pelos órgãos competentes para avaliar os LLMs de IA.